Cultura

Polêmica na gestão cultural

Por Redação EmCampos - 9 de setembro de 2011

 

Andrea Matarazzo fala de mudanças em projetos e de sua atuação sobre as OSs

 

Versões controversas cercam as recentes mudanças realizadas pela Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo. O Festival de Inverno de Campos do Jordão está prestes a mudar de comando. O antigo prédio do Detran, reformado para abrigar o MAC, tem agora destino incerto. A sede da São Paulo Escola de Teatro na praça Roosevelt, inaugurada em dezembro de 2010, permanece vazia. Nas OSs – organizações sociais criadas para ter independência administrativa do poder público – há relatos de ingerência do executivo.

 

Em entrevista realizada na sede do Estado, o Secretário de Cultura Andrea Matarazzo falou sobre as alterações. “A Osesp irá assumir a direção do Festival de Campos do Jordão”, disse ele aos repórteres João Luiz Sampaio, Maria Eugênia de Menezes e Ubiratan Brasil.

 

De acordo com o secretário, a troca de comando na condução do festival ocorre para evitar sobrecarga de trabalho na Organização Social Santa Marcelina. Porém, o cenário que o evento deve encontrar dentro da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) também não é de folga. Com um número crescente de atividades, a orquestra realiza hoje uma média de 1 concerto a cada 1,1 dia. Uma situação que já afeta a sua rotina de ensaios. A Osesp também não tem experiência na realização de eventos nesses moldes, o que torna a transferência polêmica do ponto de vista pedagógico.

 

Outro ponto que tem gerado discussões é a crescente interferência da Secretaria de Cultura sobre as OSs. Recentemente, Matarazzo participou do processo de mudança de diretoria no Museu da Imagem e do Som (MIS). “Apenas sugeri o nome de André Sturm”, assegura. A versão é outra, de acordo com a ex-presidente do Conselho do Museu, Eide Feldon. “O nome de André Sturm não foi consenso dentro do Conselho”, diz. “Foi uma sugestão com pressão política.”

 

Matarazzo também admite interferência na OS que administra o Museu Afro Brasil. Em agosto, uma crise provocou a demissão do diretor executivo da instituição e de membros do conselho consultivo, incluindo a presidente Ligia Fonseca Ferreira. “Sugeri alguns nomes para o novo conselho”, conta o secretário, que pretende disputar as prévias do PSDB para concorrer à prefeitura de São Paulo.

 

Entre os novos conselheiros do Afro Brasil, figuram vários nomes ligados à sigla de Matarazzo: Francisco Vidal Luna, ex-secretário estadual de Planejamento; José Henrique Reis Lobo, ex-presidente do diretório paulistano do PSDB; e Manuelito Pereira Magalhães Junior, diretor da Sabesp.

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