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Era inverno, frio intenso impregnava o ar, aliado implacável dos horrores da Revolução de 1932

Por Redação EmCampos - 17 de junho de 2023

Era inverno nas majestosas montanhas da Serra da Mantiqueira, e o frio intenso impregnava o ar, aliado implacável dos horrores da Revolução de 1932. Contingentes militares vindos do Norte do país eram designados para posições estratégicas nas colinas congeladas. Ali, não eram os inimigos armados que lhes tiravam a vida, mas sim o frio inclemente dos últimos dias de agosto. Os infelizes soldados sucumbiam aos rigores climáticos, desprotegidos contra uma natureza inóspita.

Aqueles que enfrentavam o front da batalha eram vítimas do congelante ar. A situação se agravava pela falta de recursos médicos, de vestimenta adequada e até mesmo de uma alimentação digna. Os prisioneiros, quando capturados, chegavam às linhas de combate desgastados, em trapos e famintos.

Diante desse panorama desolador, o Major Francisco Machado de Campos, Delegado Técnico de Campos do Jordão, lançou um apelo à população de São Paulo. Ele clamava para que agasalhos fossem enviados às tropas que bravamente lutavam nas terras geladas de Campos do Jordão. Em tempos de guerra, a sobrevivência das tropas era uma preocupação constante tanto do governo quanto do comando militar.

Apesar das dificuldades enfrentadas, os soldados encontravam apoio incondicional de suas famílias, que se empenhavam em ajudá-los enviando roupas, alimentos e prestando auxílio financeiro. Eram elas que confeccionavam os uniformes e os acessórios necessários, já que o dinheiro escasso não permitia compras. Os combatentes carregavam consigo um bravo sentimento de amor à pátria e uma imensa vontade de lutar contra a ditadura de Vargas.

Em meio às paisagens congeladas de Campos do Jordão, os heróis da Revolução de 1932 enfrentavam não apenas as armas inimigas, mas também o frio cruel que permeava suas almas. Apesar de todas as adversidades, sua coragem e determinação permaneciam inabaláveis, guiados pelo desejo ardente de alcançar a liberdade e restaurar a democracia em sua amada nação.

Fontes de Pesquisa:

Jornal “Correio de S. Paulo”, de 28 de julho de 1932

Jornal “O Estado de São Paulo”, de 27 de setembro de 1932.

LINO, Maurício de Souza. Campos do Jordão na Revolução de 1932. Campos do Jordão. Clube de Autores. 2018. Pp.127.

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