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Campos do Jordão na Revolução Constitucionalista de 1932

Por Redação EmCampos - 8 de julho de 2023

Soldados constitucionalistas junto com o prefeito Antonio Gavião Gonzaga, no sopé do Morro do Elefante – 09 de agosto de 1932.

Situado nas divisas com o Estado de Minas Gerais, Campos do Jordão, assistiu à movimentação de tropas de São Paulo em seu território, próximo à divisa com o Estado de Minas Gerais, quando os paulistas deflagraram a Revolução Constitucionalista de 1932, exigindo uma constituição do governo ditatorial de Getúlio Vargas. As tropas paulistas, acantonaram-se no Alto da Boa Vista, na Campista e na Água Santa, bairros próximos às divisas mineiras.

A cidade ficou sobressaltada ante a iminência de uma invasão pelas tropas mineiras, fieis a Getúlio Vargas, assumindo um papel fundamental como base fronteiriça nesse contexto.

A área do município foi entregue ao comando técnico do engenheiro Major Francisco Machado de Campos, desempenhando um papel importante como delegado técnico na estância. Era preciso um salvo-conduto para viajar para outras cidades.

O Delegado Militar, Bel Francisco Nogueira de Lima, assumiu suas funções em 25 de julho, encarregado de supervisionar os serviços postais, telegráficos, telefônicos e de manter a vigilância militar contra espiões, terroristas e outros inimigos do Estado e do Movimento Constitucionalista.

O capitão Rômulo Rezende, responsável pelo setor, distribuiu os soldados paulistas pelos morros de Campos do Jordão, reforçando a defesa da região.

Estabeleceram acampamentos no Alto da Boa Vista, na Campista e na Água Santa, bairros próximos às fronteiras mineiras.

Outros indivíduos foram designados para o sistema de transporte e comunicação, abastecimento de água e alimentos, bem como para cuidar das atividades militares e da segurança da população. Eles se envolveram na abertura de trincheiras e em outras formas de defesa ao longo das fronteiras do estado. Até hoje, é possível encontrar várias dessas trincheiras, como no Alto da Boa Vista. Dentre eles, Eduardo Moreira da Cruz.

Quando boatos anunciavam a invasão mineira, quase toda a população se acampava para os lados do bairro da Vila Inglesa e no Pico do Itapeva, assustados com a possibilidade de uma invasão no município, o que não aconteceu.

Soldados da Revolução de 1932 junto às crianças do Preventório Santa Clara.

Durante a Revolução, a cidade testemunhou a bravura dos soldados constitucionalistas de São Paulo. Foi um intenso movimento na divisa com o Estado de Minas Gerais, que se transformou em uma verdadeira zona de conflito, caracterizada por um constante estado de alerta.

Campos do Jordão tornou-se motivo de grande preocupação para as forças militares. A cidade ficou apreensiva devido à sua dependência de um único meio de acesso: o trem elétrico da montanha, que ligava Pindamonhangaba ao topo da serra.

A atmosfera daquela época era intensa e repleta de desafios para a cidade de Campos do Jordão. Os habitantes enfrentaram intensos perigos constantes, mas mantiveram a coragem e a fortaleza em proteger o movimento constitucionalista. Seus esforços e desejos ajudaram a escrever uma página importante na história do Brasil.

Esses acontecimentos marcaram profundamente a história da cidade durante a Revolução Constitucionalista.

Fontes de Pesquisa:

LINO, Maurício de Souza. Campos do Jordão na Revolução de 1932. Campos do Jordão. 2018 Ed. Clube de Autores. Pp. 127

Maurício de Souza Lino, Historiador, Bibliotecário, Professor, Escritor.

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